A Escola do Legislativo Julieta Battistioli realizou nesta sexta-feira mais uma edição de seu projeto Clube do Livro. A atividade ocorreu na Sala Moacyr Scliar do Memorial do Rio Grande do Sul, dentro da programação da Câmara Municipal de Porto Alegre na Feira do Livro.
O projeto Clube do ELJB promove a leitura e debate sobre obras e autores de interesse. A edição especial dedicada foi dedicada a autores professores ou servidores de escolas públicas que possuem publicações. Compareceram 70 alunos da Escola Estadual Ernesto Dorneles, acompanhados de professores e da Diretora Isabel Lopes. O primeiro palestrante foi Huamani Esmério, autor da obra Política Ambiental da Educação e o segundo foi Carlos Alberto Soares, autor de Procurando Vestígios. A iniciativa é decorrente do projeto Maratona da Escola, que em setembro, mês de aniversário da ELJB, procurou escolas da capital para o desenvolvimento de projetos (https://escola.camarapoa.rs.gov.br/?p=3804), entre elas a Escola Estadual Ernesto Dorneles, que sugeriu a iniciativa.
Na abertura da atividade, o servidor Jorge Barcellos apresentou os projetos da Ação Educativa da Câmara Municipal de Porto Alegre e convidou a direção e as turmas a participarem dos projetos educativos do legislativo ” a Câmara Municipal de Porto Alegre possui uma ação educativa, com diversos projetos como palestras, projeção de vídeos e visitas, incluindo a Plenária do Estudante, desenvolvidos pela Escola e pelo Memorial. A Câmara é perto da escola, então vocês fazem parte de nosso público prioritário”, afirmou o servidor. A Diretora Isabel Lopes, agradeceu em nome da instituição a parceria, e disse que a Escola tem todo o interesse em participar dos projetos da Câmara, principalmente para as turmas do ensino médio, para quem estes temas são importantes”.
Na sequência, Huamani Esmério e Carlos Alberto Soares apresentaram suas obras, tecendo considerações sobre a importância da leitura, da poesia e da literatura para o entendimento do mundo. “Hoje é um dia muito emocionante. Estar aqui com os alunos, meus colegas e minha família é muito gratificante. Escrever é um ato solitário, mas que se transforma em fatos universais, pois pode mudar a si e ao ambiente em que se vive”, observou Soares. A publicação de Esmério apresenta caminhos ao fazer pedagógico cotidiano, na perspectiva da constituição do ecocidadão planetário, capaz de construir novas éticas e percebendo a Terra como única comunidade. “Esse momento é só de agradecimento. Foi um caminho de muita dedicação e estudo e hoje lançar o livro aqui é emocionante demais”, disse. Sônia Zancheta, da Equipe Organizadora da Feira do Livro, ficou muito satisfeita com a iniciativa ” Este é um espaço que destinamos para os parceiros e a Câmara é um deles. Ficamos felizes com o sucesso da iniciativa, foi um público excelente”, disse. A Direção da Escola comprometeu-se a entrar em contato com a Escola do Legislativo para compor novas ações para benefício dos alunos da Escola Estadual Ernesto Dorneles.
Sobre os participantes
Huamani Esmério é historiador e professor da Escola Ernesto Dorneles. Autor de Política Ambiental de Educação, a obra apresenta trajetórias, avanços e limites em processo de construção de Política Ambiental de Educação. Esse processo de formação continuada assegurou também a participação da comunidade escolar, apresentando contribuições, mesmo considerando a continuidade e descontinuidade das políticas públicas. Para Esmério, os educadores se formam e se transformam em educadores ambientais, construindo e se constituindo em uma teia de representações, produzindo um movimento permanente de procura, questionamentos e reflexão-ação na construção de um saber ambiental e de uma educação ambiental dialógica, crítica, política e de intervenção. A educação ambiental, em sintonia com a educação freireana na perspectiva da geração de ambiências, possibilita uma ampliação dos trânsitos pela multiplicidade dos saberes. Essa práxis, pesquisa e análise deve ajudar a clarificar este apaixonante campo da educação e todos os envolvidos nesta tarefa sublime de educar e educar-se mediatizados pelo mundo. Esse livro oferece caminhos ao fazer pedagógico cotidiano, na perspectiva da constituição do eco-cidadão planetário, capaz de construir novas éticas, percebendo a Terra como única comunidade.
Carlos Alberto Soares é contabilista e atua junto ao refeitório da Escola Ernesto Dorneles. Autor de Procurando vestígios, a obra é composta por poesias românticas que falam do dia a dia do ser. O autor deixa clara sua visão diferenciada e observa os detalhes nas relações pessoais e políticas. Através das palavras poéticas, busca demonstrar que o ser é e pode ser transformador. “Hoje é um dia muito emocionante. Estar aqui com os alunos, meus colegas e minha família é muito gratificante. Escrever é um ato solitário, mas que se transforma em fatos universais, pois pode mudar a si e ao ambiente em que se vive”, observa Soares.
A Escola Ernesto Dorneles está no centro histórico de Porto Alegre, na rua Duque de Caxias, 385. Ela possui localização privilegiada, tendo, ao lado, a praça General Osório (do Alto da Bronze) e, em suas proximidades, a bela vista da Usina do Gasômetro e do Lago Guaíba (localize-se pelo mapa que está no fim da página). A escola foi fundada em 6 de junho de 1946 pelo decreto estadual 649 de 29 de dezembro de 1942. A ideia era criar uma das primeiras escolas técnicas femininas no país. A construção do prédio determinou, na época, uma série de protestos, uma vez que, neste local, funcionava o antigo Grupo Escolar Fernando Gomes, que foi transferido para o Grupo Escolar Paula Soares, nas proximidades do bairro. A Escola recebeu o nome de “Senador Ernesto Dornelles” com o objetivo de prestar homenagem ao então Interventor Federal do RS, que passou a ser Senador da República no ano de sua fundação. A professora Nair Maria Becker foi a fundadora e primeira diretora e, conforme seus depoimentos, a Escola precisou da assistência de quatro secretários de Educação para nascer. Também é muito importante salientar a beleza arquitetônica do prédio. Ele foi projetado, em 1913, pelo engenheiro arquiteto Affonso Herbert, executado pelos engenheiros Manuel Itaqui e Roberto Roncolli e concluído em 1917. É um prédio monumental: as colunas que estão em sua entrada têm 13 metros de altura e o pé-direito dos pisos é de 6,60 metros. A Escola Técnica Feminina foi de inestimável valor para a mulher gaúcha, pois, com o seu regime de internato e semi-internato, possibilitava às meninas do interior virem estudar na capital. As alunas recebiam assistência médica e dentária. Quando iniciou suas atividades educacionais, oferecia dois cursos: o Ginásio Industrial, que ensinava Corte e Costura, Chapéus, Flores e Ornatos, e o Curso Técnico em Artes Aplicadas. Desde sua inauguração, a escola se fez presente na vida social e nas festividades de Porto Alegre, como na Semana da Pátria, com banda e desfiles. Também havia exposições anuais de trabalhos em vários locais: no antigo Mata-borrão, em clubes, na própria escola entre outros. Foi palco de inúmeras festividades, como a apresentação de canto orfeônico, encenações teatrais, desfiles de moda. Em 1963, foi instituído o Curso Técnico em Prótese Dentária. Atualmente a escola oferece à comunidade os Cursos Técnicos em Design de Interiores, Prótese Dentária e Nutrição e Dietética, além do Ensino Médio/Politécnico, totalizando um número aproximado de 1200 alunos matriculados, 81 professores e 10 funcionários.