Debate sobre filme enfatiza a necessidade de valorização do patrimônio histórico da cidade

Câmara faz exibição do documentário “Porto Alegre, 250 anos: memórias do trabalho”, dirigido por Ana Luiza Carvalho da Rocha e Cornélia Eckert.

No dia de hoje a Escola do Legislativo Julieta Battistioli realizou a primeira projeção do filme “Porto Alegre, 250 anos: histórias do trabalho”. Dirigido por Cornélia Eckert e Ana  Luiza Carvalho da Rocha, a projeção contou com a presença dos pesquisadores do Banco de Imagens e Efeitos Visuais da UFRGS. Estimado em 20 pessoas, entre alunos e pesquisadores, o filme ao final recebeu aplausos de todos os presentes.

O documentário trata da história de Porto Alegre combinando imagens dos acervos do Museu Joaquim José Felizardo, imagens contemporâneas e depoimentos resgatados do acervo do BIEV e que ainda não haviam sido utilizados.

Após a projeção, os presentes debateram sobre as condições da produção audiovisual no municipio, destacando a necessidade de investimento da Prefeitura de Porto Alegre, através da Coordenação de Cinema, em projetos similares. Também criticaram o modelo de desenvolvimento da cidade que, no seu entender, termina por destruir monumentos, prédios históricos e formas de sociabilidade da cidade resgatadas pela pesquisa etnográfica.

Para Cornélia Eckert este tipo de produção necessita investimento público e na organização de acervos. Desenvolvido com alunos da UFRGS, os documentários dependem de equipamentos, técnicos e também acervos  “Temos excelentes documentos no Museu Joaquim Felizardo, mas outros, como o Museu do Trabalho, que comemora aniversário hoje, necessitam de mais investimentos”.

Ana Luiza Carvalho da Rocha destacou a importância de documentários deste gênero valorizarem a presença do negro  “É preciso um trabalho exaustivo para apontar a presença do negro porque os registros sofreram muitas vezes um processo de branqueamento”.

Para Lúcio Almeida, Diretor da Escola, é importante resgatar o compromisso da Universidade com os povos de matriz africana , e isso pode ser feito pelos documentários”, disse.

Para Jorge Barcellos, organizador do evento, o BIEV deve se reconhecer como um ator político pois com sua produção audiovisual sobre a cidade, adquiriu um notável conhecimento sobre a evolução urbana e, por isso, deve intervir no debate público “A cidade está passando por inúmeras transformações e o BIEV possui uma visão da cidade que poucos tem. Devem posicionar-se e lançar manifestos em defesa da memória e do patrimônio da capital frente ao novo modelo de desenvolvimento da cidade. O patrimônio histórico precisa ser preservado , assinalou”.

Após, os diretores agradeceram o empenho da Escola na divulgação do documentário, a quem cederam uma copia que passa a ser integrante do projeto Cinema na Escola, podendo sessões serem agendadas pelos telefones 32204374 ou pelo email escola.camarapoa.rs.gov.br